quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Falando de música

PitangaDoce deixou a sugestão e o convite para falarmos de música. E eu aceitei, pois percebi que este é um assunto raro aqui no blog.
E não é porque eu não goste de música. Adoro música! Só que o meu gosto não vai de encontro às paradas de sucesso, ao que todo mundo ouve.
Tive um amigo que gostava de dizer: "Nossa, esse cantor vendeu 2 cds: um pra mãe dele e outro pra Paula."
Fui tirar poeira das gavetinhas da memória para resgatar a primeira lembrança lembrança de música oficial.
Devo ter tido muitas outras experiências antes. Minha mãe, como era doce, certamente cantou para me ninar e também me lembro da sanfona de meu pai ( que será assunto para outras postagens ).
Mas, eu devia ter uns seis anos quando ganhei minha primeira fita K7 de meu pai.
Benito de Paula.

Ah! Você nem sabe quem ele é. E você, assim como eu, indignou-se. Nem sabia que ele ainda estava vivo!
Escolhi uma foto com tratamento ( leia-se fotoshop ) porque Benito que me desculpe o trocadilho, mas bonito ele nunca foi.


Como eu ouvi aquela fita! E cantava e dançava.
Depois de tanto enrolar a fita com caneta bic, porque era constante ela soltar e paralisar o toca-fitas, nunca mais comprei nada do Benito, nunca mais ouvi Benito, sequer sabia que ele fazia shows e me sinto culpada por isso.

Benito encontra-se numa situação difícil. 
Imaginem vocês que a linha 4 do metrô de São Paulo vai passar exatamente aonde se encontra o piano de Benito. No piano que ele compôs a música que eu mais cantava Mulher Brasileira.
A proposta que lhe fizeram da desapropiação é tão mixuruca, que o máximo que ele consegue fazer com a merreca do dinheiro que lhe oferecem é ser meu vizinho. Isso ele não quer.

Agora conta aí, sem medo de ser feliz: Você conhece o Benito?



12 comentários:

  1. Conheço sim, o cantor, as músicas e a história de sua casa em vias de desapropriação.

    Acho que ele compensa na simpatia e voz o que lhe falta na beleza e acho também que a música brasileira, bem como a tv, o cinema e todas as outras artes são negligenciadas pela mídia, pelas pessoas em particular, não é aproveitada e valorizada a história, os artistas.

    Linear com a a maneira como nossa sociedade trata seus idosos, seus patrimônios imateriais e atemporais, que vão além de gosto e moda, da estética, são fontes, são raízes.

    Creio seja por isso que o povo não tem memória, não tem cultura, não tem bom gosto, por isso que é tudo tão fugaz, oco, usando a frase popular e lamentavelmente verdadeira, por isso é que o Brasil não vai pra frente.

    Canta bonito Benito, soa triângulos e zabumbas do nordeste, toca do além Raul e traz Ana Paula a sanfona de teu pai pra cá, as notas da Ju, do Bernardo, palavras cantadas, instrumentos, histórias de sons e tons.

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  2. Que lindo,Ana Paula e claro que conheço o Benito, feiiinho ,mas dono de um baita charme. Adoro ele e gostei de relembrar as canetas BIC entolando as fitas K7,rs...


    Pena a situação dele, absurdos!!
    beijos praianos,chica

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  3. Hahahahaha Quem nunca enrolou uma fita com caneta BIC, que atire a primeira pedra.

    Claro que conheço Benito de Paula e suas músicas. Algumas de levantar o astral, como essa tua preferida e outras de dor de cotovelo como "Mas chegou o carnaval e ela não desfilou. Eu chorei na avenida, eu chorei"...

    E tem o carro chefe, cheia de sensualidade " outros fazem amor, nós fazemos paixão".

    Eita mundo velho sem porteira! hehe

    beijos, menina Ana Paula

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  4. kkkkkkkkkkk
    Sabe que eu sou como você? esse cantor eu não conheço, mas não sou de gostar dessas músicas nas paradas de sucesso rs...
    Bjs

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  5. Ah, eu gosto! Vou ao youtube ouvir um pouquinho do passado... BeijOs! :)

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  6. Vc voltou lá e eu cá :)

    Esqueci de falar que amei a expressão "Paradas de sucesso" e sou bem eclética no quesito música com a resolvi de desclassificar como tal certos ruídos.

    K7!!! Eu amava, desembolava com canetas bi e kilometrica ou com o dedo, gravada e regravava, ganhava gravações feitas pelo namorado, pausava pra copiar a letra das músicas...

    Guardei uma com meu filho falando em bebêzes e meu pai tem uma de nós, as filhas, tagarelando. Um tesouro!

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    1. *resolvi seria ressalva
      *bi, bic

      culpa do errador do celular :)

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  7. Ana Paula, não é por nada não, mas o Brasil inteiro cantava a música Charlie Brown, que ele compôs.
    Nos meus tempos de faculdade isso alegrava qualquer ambiente.
    Como eu estudei na FEI em São Bernardo do Campo e também morava lá, acabei conhecendo o Benito em Santos. Ele era de lá. Depois nunca mais o vi. Sabia que ele estava vivo porque vi um pessoal fazendo uma homenagem para ele.
    Você foi muito condescendente ao dizer que ele nunca foi muito bonito. Na realidade ele sempre foi muito feio mesmo. Ele parecia um cachorrinho pequenês feinho e de queixinho bem fino, mas era gente boa e uma pessoa muito alegre. O que a gente puder fazer para ajudá-lo vale a pena. Ninguém sabe o dia de amanhã. De repente acontece o mesmo com a gente. E daí?!!! (Eu ri muito com seu gosto musical!).
    Beijo!

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  8. Claro que conheço e também não sabia que ainda estava por aí. Doces lembranças trazem estes sons do passado.

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  9. Conheço e tb adoro,Ana Paula! As musicas dele fizeram parte da minha adolescencia e tenho ótimas lembranças. Adorei ler sobre ele em seu blog! bjs,

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  10. Meu pai adorava e eu ouvi muito.
    E beleza é algo dispensável para os que foram abençoados com talentos.
    Pena ver que o Brasil não valoriza seus talentos.
    Um dia abençoado

    http://feitocomcarinhodemae.blogspot.com

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  11. Oi, Ana Paula!
    Eu vi o Benito de Paula no programa da Fátima Bernardes e lembro de alguns sucessos dele - ele já fez muito sucesso e também ganhou muito dinheiro, o que deu para comprar a casa que agora está sendo desapropriada. A casa tem um bom valor se fosse vendida para outra pessoa, mas no caso em questão, ele bancou o espertinho quando declarou o valor da casa, diminuindo para evitar de pagar iptu alto - resumindo: ele deixou de pagar ao Estado o valor correto do iptu e agora, o valor da desapropriação foi calculado diante do valor que ele declarou. Talvez ele não tenha calculado que um dia a sua casa poderia ser desapropriada, mas ele sabia muito bem que estava sonegando imposto.
    Beijus,

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