sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Ana, cadê você?

"Ana, cadê você?"
Essa pergunta foi-me deixada no meu instagram por uma querida que tive o prazer de abraçar!
Estou ausente e ausente de todo o mundo virtual que é também uma extensão nossa. Já não há separação entre mundo real e virtual.k
É fácil verificar essa não separação: sempre associo algo com alguém da web. Uma foto, um livro, filme, situações. A gente de postagens, comentários, estilos, enfim, isso é muito bom.
Quero oferecer uma resposta, não só à minha amiga que deixou a pergunta, mas também a tantos outros amigos daqui.

Estamos na reta final para os vestibulares.
Sim, estamos, no plural mesmo.


Lembro-me de alguns anos atrás eu pegar o elevador com um casal e sua filha. Eu, logo cedo a levar o cachorro para a rua e eles, logo cedo a levar a filha para os estudos. Mas isso era sábado e domingo.
E numa dessas conversas de elevador, fiquei sabendo que a moça tinha aulas aos finais de semana também. Estava se preparando para o vestibular.
No decorrer daquele ano, trocamos várias impressões sobre o vestibular, entristeci quando soube que a moça foi internada no dia do Enem para cirurgia de apendicite e me alegrei quando por fim, por outros caminhos, ela ingressou na faculdade.

Esse ano, a mãe da menina me viu num domingo cedo acompanhando meu filho que segurava apostilas. Tudo o que ela já havia passado, agora estava na minha vez.

" É um período de entrega, de doação total nossa ( mães ). Eles precisam do nosso apoio, de uma forma silenciosa, meio que nos bastidores."

Foi uma troca, um bom conselho na verdade.
Entrega, doação, suporte...

A foto acima são das apostilas para outubro e novembro. Lembra as antigas listas telefônicas de páginas amarela na grossura. Páginas e páginas que devem ser consumidas em apenas dois meses.
Milhares de exercícios, resoluções online.

Além de silêncio para máxima concentração, o notebook aqui de casa é amplamente utilizado.
E essa é a minha resposta para a pergunta.

Na verdade, uma parte da resposta. A outra se divide em levar uma fruta, água, castanha, preparar o almoço para quem estuda literalmente 15 horas por dia e precisa aumentar isso em mais uma hora.

Vocês devem estar achando um absurdo estudar 15 horas diariamente.
Eu também.
E gostaria muito, imensamente que nosso sistema de ingresso em universidades tivesse uma mudança radical.

Meu filho está debaixo de meus olhos e eu consigo cuidar-lhe dentro do possível.
Há muitos estudantes com ele que vieram de outros estados, deixaram família para sonhar o mesmo sonho de muitos.
Ao mesmo tempo que é admirável e eu os admiro por tamanha dedicação, é insano. Não há tempo para absolutamente nada.
Há muitas garotas e garotos vivendo, como diz meu filho, na base do café e energéticos e talvez os pais nem saibam...

Aos meus amigos blogueiros, meu pedido de desculpas por não conseguir fazer essa troca que nos faz tão bem ao interagir, ler, comentar.

Não quero abandonar esse espaço, então desculpas por eu não conseguir estar presente em seus blogs. Não é egoísmo, eu até poderia fazê-lo pelo celular mas confesso que não consigo.

Bem, e tudo isso que meu filho está fazendo agora, se repetirá no próximo ano, porque o vestibular para ele ainda é um treinamento pois ele não concluiu o ensino médio.

Não desistam de mim! Um beijo!